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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Para os seguidores da Dúvida





Khronos perguntou a Kairos: Quanto tempo o Kairos tem?
Ao contrário do que muitos pensam, o ato de duvidar é muito importante. Questionar atitudes, estudar o oculto, estar insatisfeito com algo ou alguma coisa que lhe provoca curiosidade, tudo isso é natural, pois somos seres em busca de significados. Algo a ser questionado, inclusive, é o porquê da aceitação exacerbada a um meio que insiste em produzir pessoas idiotizadas, um sistema sem pena nem consciência que aliena e condensa o indivíduo em uma idéia de imparcialidade que simplesmente não existe.
Quem não está disposto a mudar está muito bem acomodado ao lugar do qual lhe foi imposto pelo destino. Arde em um inferno de angustias aquele que não teve oportunidade de ser instruído a ir além da ignorância. Sabe por quê? Foi a vida quem quis, não adianta se rebelar. Alienação amoral se instala no peito daquele que consegue viver sem muito conforto e com tão pouca notoriedade.
Por que existir? Essa talvez seja a mais ignóbil das perguntas. Dá preguiça só de pensar que alguém pode perguntar isso. Eu me vejo preso em tantas amarras e com tão pouca competência para fazer as coisas da vida seja no trabalho, nos sentimentos ou na escola e ainda vem um “não sei quem-zinho lá das quantas” me perguntar o porquê de existir.
Responder essa pergunta é muito simples: “Não existe um porquê para o existir.” A maioria das pessoas corre dessa pergunta pois não são capazes de aceitar tal fato. Você pode até procurar, irá bater em várias portas, da explicação mais benevolente e hipócrita até a mais mesquinha e individualista, mas no final só uma pessoa pode dar significado a vida. Você mesmo.


Para aqueles que duvidam de si mesmos deveriam começar a acreditar, pois mensageiros chegarão para deixar a mensagem. Lugares que não estão preparados para a mensagem irão rechaçar o mensageiro. Os mensageiros chegam certos de que têm uma missão e, comumente, saem satisfeitos com sua atuação. Os mensageiros vêm e vão. Quando aceitos trazem com a aceitação uma nova forma de ver as coisas, quando rejeitados morrem defendendo seus ideais, e em alguns casos é marginalizado pela má aceitação do outro por uma nova realidade.
Portanto, caberá seguir a onda de desejos incontroláveis sem se quer ouvir ao seu próprio chamado.
Viverá em prol de uma circunstância falha, com medo de visualizar o seu eu interior.
Saberá o momento certo de agir diante das dificuldades, mas negará seu potencial.
Criará novas formas de chamar a atenção para si em prol do outro.
Respeitará a todos e principalmente a si mesmo para que desenvolva qualidades.
Hesitará em compartilhar com o próximo por aversão a retaliação.
Colocará a cara a tapa consciente de que o retorno é certo e a longo prazo.
Morrerá a cada noite e nascerá a cada dia pronto a viver de outras formas.
Duvidará de muitas verdades, mas se identificará com a sua.  

Kairos respondeu a Khronos: O Kairos tem tanto tempo quanto Khronos tempo tem.
   
Duvidar é para quem não confia em si, medo da retaliação é forte, a apercepção de que o mesmo martelo que esmigalha o vidro tempera o aço condena mais um encosto. Duvidar é importante, mas quem fica na dúvida acaba não escolhendo nada. Você pode escolher acreditar, primeiramente em si mesmo.
 
Me parece agora que eles perderam o controle
Nessa corrida de ratos, sei muito bem quem tá na pole
Se agride ou agrada
O seu lugar no grid de largada não muda nada
Sobrevoe num vôo o zôo onde você sobrevive
Observe a ordem natural das coisas em declive
Inclusive eu tive lá, e não te vi lá
Frente a frente, lado a lado
Tête-à-tête, com os mestres das marionetes
Vê se assimila
Quem orquestra, quem adestra e quem tem a chave-mestra
Quem dilata sua pupila, quem nos aniquila
From hell do céu
Quebrar barreiras, comunicação na torre de babel
Interferência na freqüência
Acordar primeiro pra realizar o sonho é a ciência
Eu disparo e paro no infinito
Reabasteço, sigo em frente, é bonito
Viajo pelo espaço e o que eu vejo eu deixo escrito
E só Jah Jah pode me dar um veredicto
Uns desistem, outros ficam, alguns desistem e ficam
Só espaço físico ocupam e indicam
A tragicomédia de quem não tem da própria existência as rédeas
Cérebros de férias, vários vagabundos festejando o fim do mundo
Enquanto isso, o cidadão comum se sente ridículo
Não encontra paz no versículo, batendo de porta em porta
Debaixo do braço um currículo, família inteira no cubículo
Depende do Ecad, depende do Green Card
Acorda cedo e dorme tarde, completando o círculo vicioso, perigoso
Que nem garimpar na reserva dos Cinta-larga
Black Alien canta a vida amarga através do Rap e do Ragga
Contra todas as pragas
Sem medo de quem, que nem um cão, morde a mão que afaga
Eu disparo e paro no infinito
Reabasteço, sigo em frente, é bonito
Viajo pelo espaço e o que eu vejo eu deixo escrito
E só Jah Jah pode me dar um veredicto
Enquanto o mundo muda pela música
Preparo poesia de aço na minha siderúrgica
Um hábito noturno inspirado em Saturno
E seus anéis em torno, não há retorno
Eu sempre estive aqui, no verbo cru que nem sashimi
A verdade virá à tona pelo parto, infarto no miocárdio
Revolução não será televisionada nem virá pelo rádio
Metal inox, instrumental e mental na jukebox
Golpe baixo, perde ponto, é que nem no boxe
Prepare a esquiva, informação real pro povo à deriva
Na terra da terra improdutiva