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segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Mensageiro do Sétimo Raio V


Do Sutil a Franqueza


Zadkiel acordou agitado, tudo que ele havia passado parecia não passar de um sonho. Mas tudo foi tão real. Recapitulou aquele encontro mentalmente, impossível ter sido apenas um sonho.
Já passavam dias desde o encontro com Guebreu e desde então o mundo estava diferente, na verdade tudo parecia estar do mesmo jeito que estava antes, mas o olhar de Zadkiel havia mudado. Toda sua percepção sistematizada das coisas continuava a existir, mas estava em stand by. Tudo que antes era investigado, analisado, racionalizado, agora era simplismente sentido. Era como se as coisas se encaixassem em um balé de emoções, desde a raiva até a alegria, momentos e situações que agora se coloriam de maneira intença e sutil dentro de si.
Adormecer naquele dia tinha sido complicado, parecia que estava certo de que algo iria acontecer. Zadkiel sonhara que estava em uma espécie de Lua e na sua frente ele podia ver, enorme, o planeta Vênus. Sentiu duas presenças em sua companhia, uma logo ao seu lado que se assemelhava com a sua própria forma e outra a suas costas de forma incompreenssível, ou seja, aquilo não parecia com nada que estivesse na sua memória ou que pudesse ser descrito pelos seus sentidos. O ser que tinha uma melhor semelhança lhe falou sobre existir vida em Vênus, mas que a distância material era real e sendo assim um problema.
Acordar daquele sonho paraceu ter lhe dado um novo gás para racionalizar as coisas. Passar por tais experiências, ter uma visão expandida das coisas, sentir os seus sentimentos, conseguir integralizar a holisticidade do Universo, nada disso adiantava se apenas ele vislumbrasse esse viés. Essas idéias precisavam ser passadas, com certeza existiria um grupo afim de conhecer ou até mesmo  de se reconhecer nessa estória.
Existia vida no desconhecido, mas a distância material era real. Para aqueles que já tinham uma visão mais ampliada da energia e dos sentidos, era só questionar o que era a realidade e transcender ao contexto habitual. O mundo material é só mais uma forma de perceber  o Universo em suas multi-realidades. Mas para aqueles que viviam reduzidos as possibilidades de uma vida alienada em seu âmbito material, para eles em especial era complicado explicar como contactar outras formas de vida sem ter que usar uma espécie de aparelho, fazer perceber que todos já nascemos naturalmente sendo um aparelho receptor e transmissor de mensagens para vários meios de decodificação poderia fazer muitos desses aparelhos, que já estavam aquém de sua capacidade, pifar. Como então atingir a grande massa para fazer com que ela perceba seu verdadeiro potencial?
Conhecer a si mesmo, tarefa para toda a vida. Conhecer o desconhecido mais próximo, exercício para ser praticado na esquína. Viver em prol de uma ética pessoal que vise o respeito ao seu próprio eu e consequentemente ao outro deveria ser lei passada e repassada para todos. Para Zadkiel estava claro que era a hora de juntar as vidas no meio material para que processos já profetizados vinhessem a acontecer na prática. Tava na hora de ter um olhar de fora da caixa.  


O Mensageiro do Sétimo Raio I
O Mensageiro do Sétimo Raio II
O Mensageiro do Sétimo Raio III
O Mensageiro do Sétimo Raio IV