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terça-feira, 22 de março de 2011

O Mensageiro do Sétimo Raio IV


A Permuta



Guebreu tinha feito um contato importante com um ser de outra dimensão, era de grande valia que outros soubessem desse encontro para que então os trabalhos começassem a ser efetivados. O que ele não sabia era que os trabalhos já tinham começado.
Em uma realidade onde o tempo não era sentido de forma linear, duas entidades pairavam sobre pradarias de uma concistência onírica, pois a simples intenção direcionada a um pensamento indesejado poderia moldar as formas da realidade vingente de maneira imprevisível, sendo assim, um lugar reservado apenas para aqueles que sabiam se diferenciar de seus próprios pensamentos.
Dessas entidades uma era profunda conhecedora das leis sagradas que regem o Universo e a Vida, a outra era especialista no auxílio do desenvolvimento  da consciência. Viviam principalmente entre a impermanência e os sonhos, Hidya mais na impermanência do que nos sonhos e Neti mais nos sonhos do que na impermanência, se encontrando vez ou outra para discutir assusntos relacionados ao crescimento espiritualista de alguns seres, comunidades ou planetas.
Zadikiel já era monitorado por Neti a algum tempo, pois Neti sempre deixou claro que Duvidar era para os incautos persistentes que uma hora ou outra teriam que seguir ou se decidir, porém Zadkiel estava além de Duvidar, quando ele trazia dentro de si a certeza arraigada a crença no que era intuído na alma e não perdido no pensar. Neti como auxiliador consciencial era responsável por uma gama de seres  elementais, materiais e de natureza etéreo sempre ouvindo suas questões e agindo quando fosse necessário. O encontro de seres com consciência de duas, ou mais, dimensões diferentes era corriqueiro, mas o encontro de Guebreu e Zadikiel era um dos encontros que trariam conscequências ao coletivo, assim sendo, marcavam a mudança de uma era.
Baseado nas leis do Universo, Hidya, compreendia que aquele contato era o começar de um movimento que acontecia na natureza, mas com poucos focos e muita resistência naquela realidade. Tendo apenas um ser com o intuito de propagar aquela percepção era suficiente para que ouvesse uma audiência com Neti, nem antes, nem depois, nem durante, nem além, apenas ali, futuro embalado de presente.
-Veja só –dizia Hidya- em tão poucas estrelas está o ímpeto da vida de questionar planetas que lhe rodeiam. Normalmente a ligação vai de Sol a Sol.
-Lugar de ator é no palco, a platéia dificilmente conversará com o personagem. É desacreditado aquele papel, “Ele não existe!”, dizem, é chamado de máscara.
-Independente do lugar que tenha, exerce atração, e quanto a isso, não há argumentação.
-O sofrimento é perene e o bom personagem sofre a atuação vazia, sem caráter. O que é sentido é o que é sentido, diferente disso é farsa e todo mundo nota. Vaidade e soberba, manipulação com intenção escondida.
-O Sol que é Sol deixa bem claro sua intenção, na farça não existe essa possibilidade, quando não está satisfeito sabe mostrar muito bem, e quando amadurece muda de cor.
-Não diferencia personagem da alma, a aura –de fato- reflete seu amadurecimento.
-Chama que cor?
-A violeta passou, agora emana vermelho e dourado.
-Que os planetas tenham  força e paciência nessa jornada.
-Em breve não haverá nem mais cortinas, o palco será de todos.
-Todos como um Sol.