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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O Mensageiro do Sétimo Raio I

 

Quarto dia

Comprometido com a idéia de procurar vida inteligente além do meio que o cerca, Zadkiel desde sempre teve uma curiosidade incomum pelo céu estrelado. A comunicação para ele é um nível avançado de inteligência, e é através dela que poderíamos entender o modus vivendi entre outras espécies, ou seja, entender como se faz para entrar em acordo mesmo quando se tem opiniões divergentes, de tal maneira que elas concordem em discordar respeitando o espaço um do outro.
Sendo um ser aplicado, sempre tentou se comunicar com os diversos tipos de seres considerados vivos por ele mesmo. Acreditar na vida dos minerais foi um dos maiores afrontamentos que ele fez , pois se comunicar com seres vegetais e animais já não era novidade em seu povoado, e era uma prática constante desse protagonista de suas idéias.
Em sua cultura existiram seres muito antigos que hoje eram vistos apenas como mitos e desacreditados quanto a sua existencia factual. Esses seres viviam em uma dimensão diferente da sua, mas ainda sim eram do mesmo ecosistema. A diferença é que as sereias nunca precisaram sair da sua realidade pois seu meio sempre lhe deu tudo que precisava para viver e tambem sempre tiveram a consciência do risco que seria o contato com uma civilização tão questionadora e inconcequente. Ser dissecado nunca lhes pareceram uma boa prova de amizade.
Com seu instinto curioso e se deixando guiar pela intuição, Zadkiel sabia que existia muitas coisas em seu proprio planeta das quais ele desconhecia; consigo mesmo, pensou em fazer contato com o desconhecido mais próximo, para que passo a passo pudesse um dia chegar aos desconhecidos das estrelas. Bom leitor dos mitos mais antigos de sua civilização, ele não descartava a possibilidade de nada, a idéia de crer para ver era o seu guia e a conscequência de suas crenças iriam lhe mostrar o que havia de mais sutil no universo. 
Certa vez estando no mar de seu planeta Zadkiel se recordou do canto das baléias e pensou que o canto da sereia talvez não fosse simplesmente folclore. Ávido pelo insght mergulhou sua cabeça dentro d´agua e começou a gritar. O grito esganiçado e cheio de bolhas parecia qualquer coisa menos um canto, então ciente de sua incompetência como cantor debaixo d´agua não tardou em ensaiar. Três dias de cantos e nada acontecia, porém a certeza dava forças a perceverança que só ficaria satisfeita com uma resposta, não exigida, mas suplicada para que ele constatasse que não estava sozinho em seus pensamentos. No final do quarto dia sob a luz branco cristal refletida pela única Lua ,que seu planeta tinha (por opção),  em seu mantra de emergir, respirar, submergir, cantar até esvair todo seu fôlego -que nesse momento já tinha o dobro da sua capacidade por seu treino- em uma dessas sequências depois de levantar sua cabeça da água viu em sua frente um ser com cara de peixe, o que quase lhe fez soltar um grito de susto, mas como estava tranquilo pela frequencia que seu corpo tinha tomado pelo movimento ritmado de sua respiração, ele deu um soluço abafado e simplismente relaxou ficando ali, parado, apenas a adimirar aquela criatura nunca antes vista pelo seus olhos. 



O Mensageiro do Sétimo Raio I 
O Mensageiro do Sétimo Raio II 
O Mensageiro do Sétimo Raio III 
O Mensageiro do Sétimo Raio IV