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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O começo do fim ou o fim do começo?


Porque devemos trabalhar cinco dias e descansar dois? Sem falar que tem gente por aí que trabalha seis vezes na semana e descansa um. Será que viver da terra, isso mesmo, da agricultura, nos daria tanto trabalho? -Vai pro mato vagabundo! Eu até iria. Mas em toda minha vida ninguém nunca me ensinou agronomia, com ela em meu currículo quem sabe eu soubesse algumas técnicas de cultivo. Nem meus familiares, mesmo vindos do interior, nem a Educação me deram se quer uma base para isso. Sabe por que meus familiares não o fizeram? Por causa da cultura que eles consomem. Sabe por que a Educação não o fez? Interesse. Por que diabos vão ensinar a população a plantar se queremos –teoricamente e praticamente- que todos comprem para os impostos alimentarem o Estado (cheio de políticos extremamente egoístas)?
Eu até gostaria de plantar, mas é complicado fazer uma cisão tão radical na forma que me ensinaram a viver. Condicionamento não é brincadeira. E essa forma de viver na verdade não é de todo pior, porém tem algo que me incomoda profundamente. Porque corremos tanto? Para onde estamos correndo? Correndo para viver ou para morrer? Espero que seja para morrer, pois se isso for viver acho que alguém tem que rever está questão. Pensando nesse assunto eu me pego em um ponto: Será que sou eu que sou preguiçoso ou as pessoas é que estão acostumadas a se acostumar com as coisas? Estresse é necessário para os músculos, por exemplo, para que haja desenvolvimento. Mas não é novidade que em demasia causa uma sobrecarga que muitas vezes é descarregada em ataques de fúria, descontrole, desamparo, em somatizações e tantos outros malefícios que nós já conhecemos, por ter lido ou por ter passado por isso.
A questão é que já está tudo pronto, pronto para consumir. Comida no supermercado, locomoção boa tem que ser de carro e o combustível, claro, se encontra no posto. A televisão já mostra a realidade, ela é cruel todo santo dia, e eu sei que quem rouba na rua é pobre fela-da-puta que tem que se fudê mesmo na mão da polícia e mostrar em programa ao meio dia e ladrão que rouba de terno é... o Brasil vai sediar a copa de 2014 ou a bolsa caiu e por ai vai. Falando em bolsa, o que é isso mesmo? Nada demais, só fala da cotação (?) da moeda que deve estar subindo ou então descendo, que nada, a gente acostuma com isso também, mesmo sem entender é importante saber.
De vez em quando eu fumo, de vez em quando eu bebo, de vez em quando faço esporte, de vez em quando eu riu, de vez em quando me reúno com os amigos, só não dá para trabalhar de vez em quando porque assim o sistema quebra. Será? Já virou necessidade básica, é quase como comer ou cagar. Inventaram de dividir o dia em vinte quatro horas. Genial. Metódico, sistemático, ordenado, organizado. Mas e o tempo de cada um? Individualidade, isso existe ou todos devemos seguir as mesmas regras e condições? Pera ae! Assim você quer implantar o caos. O novo da medo não dá?
Tiraram os africanos de sua terra natal, acusaram os índios de preguiça por não quererem fazer parte do sistema imposto. Mas parece que não se tem escolha quando a base é feita através de um processo exploratório. O negocio é se acostumar.         
    

Deixa o menino jogar

Natiruts

O valor de um amor não se pode comprarOnde estará a fonte que esconde a vida
Raio de sol nascente brotando a semente
Os anos passam sem parar
E não vemos uma solução
Só vemos promessas de um futuro que não passa de ilusão
E a esperança do povo vem da humildade de seus corações,
Que jogam suas vidas seu destino nas garras de famintos leões
Deixa o menino jogar ô iaiá
Deixa o menino jogar ô iaiá
Deixa o menino aprender ô iaiá
Que a saúde do povo daqui
É o medo dos homens de lá
A consciência do povo daqui
É o medo dos homens de lá
A sabedoria do povo daqui
É o medo dos homens de lá
O valor de um amor não se pode comprarOnde estará a fonte que esconde a vida
Raio de sol nascente brotando a semente
Sinhá me diz porque é que o menino chorou
Quando chegou em casa e num canto escuro encontrou
A sua princesa e o moleque fruto desse amor
Chorando de fome sem saber quem o escravizou
Deixa o menino jogar ô iaiá
Deixa o menino jogar ô iaiá
Deixa o menino aprender ô iaiá
Que a saúde do povo daqui
É o medo dos homens de lá
A consciência do povo daqui
É o medo dos homens de lá
Sabedoria do povo daqui
É o medo dos homens de lá